Por Silvia
Pimentel
Fonte: Diário do Comércio – SP
Neste dia do Contador, as mulheres já ocupam metade do mercado
de profissionais da área. Terezinha Annéia e Simone Zanon (na foto, da esq.
para dir.) falam sobre a importância da atualização constante
O
ativo mais valioso de um contador nos dias atuais é a atualização - prática que
as mulheres que atuam nessa profissão tem dominado com cada vez mais
frequência e que tem as levado para o caminho do empreendedorismo.
Hoje,
as contadoras tendem a crescer em participação, pelo menos no que depender
da quantidade das que estão nos bancos da universidade.
Afinal,
os profissionais soterrados em papéis e livros e que se limitavam a fazer
cálculos manuais de impostos desapareceram há tempos. Em seu lugar surgiram os
contadores dinâmicos, atualizados, conectados e com visão estratégica,
prontos para orientar o empresário na tomada de decisões precisas em meio a
tanta burocracia e regras.
Cada
vez mais a assessoria para o cliente envolve desde a abertura de uma empresa,
passando pela análise de custos, precificação, adequação da margem de lucro,
orientação tributária até a baixa de um CNPJ.
Uma
das funções mais importantes do contador nos dias de hoje é o de ser o
principal interlocutor entre o fisco e o contribuinte. Cabe a ele a tarefa de
acompanhar e traduzir as mudanças nas regras tributárias e orientar o cliente
para o cumprimento das obrigações acessórias.
Para lidar com tantas demandas, suas principais ferramentas de trabalho também evoluíram. São planilhas de excel, balancetes e demonstrações contábeis, além de conhecimentos sobre sistemas informatizados para dar conta das exigências fiscais, que migraram do papel para os meios eletrônicos.
Do
aparecimento da escrita e da moeda, passando pela revolução industrial, a
contabilidade se aprimora a cada dia, de forma a acompanhar o desenvolvimento do
mercado e as suas complexidades, o que exige dos profissionais aperfeiçoamentos
constantes.
Há
exatos 71 anos, no dia 22 de setembro de 1946, um decreto assinado pelo então
presidente Getúlio Vargas criava o primeiro curso de ciências contábeis no Brasil,
na universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Nesta
data comemora-se o Dia do Contador, profissional cada vez mais requisitado e
valorizado num mercado em que as mulheres se apropriam de forma
acelerada.
PRESENÇA
FEMININA CRESCE
A
presença feminina no universo contábil é crescente.
De
acordo com dados do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), são mais de 534,5
mil profissionais da contabilidade, entre técnicos e contadores. Quase a metade
são mulheres. Estima-se que, atualmente, 69% das vagas nas faculdades de
ciências contábeis já são preenchidas por pessoas do sexo feminino.
“As
mulheres são mais flexíveis e empreendedoras por natureza, além de terem uma
facilidade maior para fazer várias tarefas ao mesmo tempo e a lidar com
situações mais estressantes do dia a dia, comuns nos escritórios de
contabilidade”, afirma a diretora administrativa da Associação de Empresas de
Serviços Contábeis (Aescon), ligada ao Sescon, Terezinha Annéia.
De
acordo com a contadora, a participação das mulheres só não é majoritária ainda
nas entidades contábeis, o que deve se reverter em curto espaço de tempo.
Formada
em Ciências Contábeis na Faculdade Tibiriçá, ligada ao Mosteiro São Bento, com
pós-graduação em Finanças e Controladoria, a diretora do Aescon é também uma
empresária contábil.
E
na companhia que dirige desde 1979, a Skill, mais de 80% dos funcionários são
do sexo feminino.
Na
opinião da contadora, a atividade do profissional contábil vai muito além de
uma escrituração. “O contador precisa ser antes de tudo um consultor, um
planejador e orientador das decisões da empresa”, afirma.
A
sócia diretora da T&M Consulting, de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, a
contadora Simone Zanon, também engrossa a estatística da quantidade
de mulheres que exercem a profissão.
Antes
mesmo de se formar em Ciências Contábeis na universidade Federal de Santa
Maria, em 1997, ela já trabalhava em escritórios contábeis para aliar a teoria
com a prática.
A
T&M Consulting foi a última empresa a contratá-la como colaboradora,
primeiro como auxiliar contábil e, depois, para cargos de gestão. Anos mais
tarde depois de formada, ela comprou a empresa, que já era reconhecida na
região com um serviço diferenciado na área de gestão, apesar de ter apenas
quatro anos de existência.
Os
antigos proprietários passaram então a fazer parte da carteira de
clientes.
“Manter-se
atualizado em relação às questões legais e fiscais não é mais um desafio, é uma
obrigação. O desafio é conhecer várias áreas distintas para completar o perfil
do profissional que o mercado precisa”, afirma. Uma recomendação que ela
segue à risca.
Além da formação em
Ciências Contábeis, Simone Zanon tem pós-graduação em controladoria e Direito
Tributário Empresarial e duas especializações na área de gestão e liderança. E
em 2008, a predileção pelas áreas gerencial e tributária a impulsionou para
concluir o Curso de Direito Tributário. “É preciso inovar e se reinventar o
tempo todo”, conclui.
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