Apenas empresas com uma folha de
pagamento alta em relação a seu faturamento devem se beneficiar com a inclusão
de novas categorias no Simples (regime de tributação simplificado para micro e pequenas
empresas).
A medida, que permite que 140 novas
categorias entrem nesse sistema, foi aprovada pelo Senado no dia 16 e aguarda
sanção presidencial.
Pela lei aprovada, companhias de setores
como medicina, engenharia e arquitetura que faturam até R$ 3,6 milhões poderão
entrar no Simples. Mas isso pode significar o pagamento de impostos ainda
maiores.
Isso acontece devido às alíquotas mais
altas que serão cobradas dessas novas categorias. Para elas, foi criada uma
nova tabela em que a tributação varia entre 16,92% e 22,45% do faturamento (a
alíquota aumenta conforme os ganhos crescem). Nesse valor já são inclusos
encargos previdenciários, como a contribuição patronal ao INSS.
Na opção do pagamento de tributos pelo
sistema do lucro presumido, do qual a maioria das empresas poderia migrar, é
cobrada uma taxa calculada a partir de uma tabela de lucro estimada para seu
setor de atuação. No caso dos prestadores de serviços, ela fica em torno de
16,3%, mas sem incluir os encargos previdenciários.
Como a nova tabela do Simples parte de um
valor maior do que esse, a única forma de o regime valer a pena é a companhia
pagar tributos altos relacionados à folha de pagamento.
vale a pena?
No quadro ao lado, simulações ilustram
uma situação em que o Simples é a melhor opção e outra em que ele perde para o
lucro presumido. No caso em que ele é o mais adequado, a folha de pagamento da
empresa equivale a 25% do faturamento.
Além do valor do imposto a ser pago, o
empresário também deve considerar que, quando opta pelo Simples, tem uma
diminuição de custos com a redução da burocracia e o envio de informações, diz
Julio Durante, consultor do Sebrae-SP.
"Há um custo intangível de estar
fora do Simples, pois as obrigações acessórias de outros regimes são muitas,
como o preenchimento e envio de diferentes formulários em datas
diferentes."
As empresas podem começar a pagar seus
impostos pelo Simples a partir de 2015.
O governo estuda a possibilidade de
revisar as tabelas de tributação do Simples Nacional. Para isso, a Secretaria
da Micro e Pequena Empresa contratou quatro instituições de ensino e pesquisa,
como antecipou a Folha em junho.
Elas devem apresentar um estudo sobre
quais seriam as melhores alíquotas para garantir, ao mesmo tempo, desoneração
tributária para pequenas empresas sem causar prejuízos a arrecadação fiscal. O
prazo para conclusão do estudo é de 90 dias após a sanção da lei.
Por Filipe Oliveira
Fonte: Folha de São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Recurso exclusivo para assinantes do Blog Siga o Fisco
Para Consultoria, Palestras, Cursos, Treinamento, Entrevista e parcerias, envie através de mensagem e-mail, nome e contato.