Por
Abnor Gondim
Fonte:
DCI-SP
Base
aliada de Temer sofre a primeira baixa
Líder do DEM no Senado, Ronaldo
Caiado anuncia independência em relação ao governo efetivado porque o PMDB
beneficiou Dilma ao votar a favor de seus direitos políticos
A lua de mel da base aliada do governo do presidente
Michel Temer (PMDB) começou a fazer água pouco mais de 24 horas após a
destituição da ex-presidente Dilma Rousseff, com a vantagem de ter
surpreendentemente mantido os direitos políticos.
Hoje à tarde o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado
(GO), confirmou o desdobramento da revolta manifestada logo após o resultado do
impeachment e, mesmo antes disso, quando por várias
vezes criticou o governo por abrir a mão aos aumentos do
funcionalismo público. Caiado anunciou que não integrará a base de apoio do
governo do presidente Michel Temer e que manterá uma postura de "apoio
crítico".
Prometeu cobrar do governo e da base aliada
esclarecimentos a respeito da decisão de apoiar o benefício à petista - 12 dos
19 senadores do partido do presidente decidiram não retirar os direitos
políticos de Dilma. Em verdade, Caiado tende a um candidato à sucessão do
próprio Temer.
"Qual é a mensagem que foi dada? O grande acordo que
foi feito entre o PMDB e o PT. Nós precisamos saber quais os desdobramentos. O
PMDB, por intermédio das suas lideranças, deverá explicar o que de verdade
ocorreu, aonde eles querem chegar", reclamou.
Outros tentados ao desembarque são os tucanos. Pelo mesmo
motivo, o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP), teria
entregue o cargo a Temer, que pediu para tratar na sua volta da viagem à China.
R$ 17 bi em 2017 para reajustes de servidores
Em tempos de crise, cerca de R$ 17 bilhões estão
assegurados para os reajustes salariais dos servidores federais no Projeto de
Lei Orçamentária do ano que vem.
O valor dá cobertura aos aumentos aprovados recentemente
pelo Congresso. Desse total, quase R$ 16 bilhões correspondem aos reajustes
para servidores do Executivo e R$ 1,2 bilhão está destinado aos demais poderes.
O efeito cascata poderá repercutir nos estados, se o
Congresso aprovar o aumento dos salários dos ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF) no próximo 12.
Promessa do presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), com o apoio da oposição de sob os protestos do PSDB e do DEM.
Apenas o aumento de R$ 16 bilhões equivale a 7% da folha
total de pagamento da União (pessoal ativo e inativo), de R$ 284 bilhões.
Para o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, não
haverá impacto. Segundo ele, os servidores do Executivo receberam aumentos de
18% nos últimos cinco anos, frente a uma inflação acumulada de 40%.
O ministro não fez comparação, porém, com os acordos salariais
de dezenas de categorias do setor privado que estão fazendo acordos para
reduzir salários na base do salve-se quem puder.
A proposta foi encaminhada ao Congresso na última
quarta-feira, dia 31, dia final do prazo. No projeto, há previsão de recursos inclusive
para aumentos que ainda dependem de aprovação no Senado, como é o caso do
Projeto de Lei Complementar 28/2015) que eleva os vencimentos dos ministros do
STF e do procurador-geral da República. Com o reajuste de 16,38% nos
vencimentos, o procurador-geral e os ministros do Supremo devem passar a ganhar
R$ 39,2 mil a partir de janeiro próximo.
Supersimples em semana complicada
Acordo entre deputados adiou mais uma vez, desta vez para
o próximo dia 13 de setembro a apreciação do projeto do novo Supersimples, que
tem consendo entre os líderes partidários para ser votado. O pedido de
encerramento foi feito pelo PT e acatado pelo presidente da sessão, o primeiro
secretário da Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP).
A decisão sobre a nova data da votação do novo Supersimples pode não ter sido a
mais acertada, visto que a votação da matéria poderá encontrar problemas para
ser votada na semana reservada para a definição do futuro do deputado afastado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Está agendada a votação do julgamento do processo de
cassação dele na véspera, sem prazo para ser concluída.
Como o Supersimples é tido como uma medida concreta para a
retomada do crescimento, por apoiadores dos pequenos negócios no Congresso, o
ideal seria não deixar que a proposta dividisse suas atenções com uma discussão
tão polêmica.
Entre as novidades, o texto abre, imediatamente, o Refis
para micro e pequenas empresas com o parcelamento de débitos tributários em 120
meses, o dobro do atual. Em 2015, 150 mil empresas foram excluídas do
Supersimples por dívidas tributárias.
Tábua aos corruptos
A decisão do plenário do Senado interromper o mandato e
manter os direitos políticos e a aptidão de Dilma Rousseff para ocupar novos
cargos públicos poderá beneficiar servidores públicos punidos por estarem
envolvidos em casos de corrupção e até mesmo o deputado afastado Eduardo Cunha.
"Eu acredito que abriu um precedente perigoso de
afronta à Constituição para beneficiar casos individuais, seja Dilma, seja
Cunha, ou seja, outros que virão a ser cassados no futuro", criticou o
deputado federal Efraim Filho (DEM), repetindo a avaliação de especialistas.
O fato de o presidente do Supremo Tribunal Federal,
Ricardo Lewandowski, que comandava o processo de impeachment no Senado, ter
decidido que se estava votando uma proposição e, portanto, como qualquer outra
matéria legislativa, poderia ser votada em partes, o impedimento e os direitos
políticos, o mesmo poderá ser tentado no caso de Cunha: para que haja uma
votação sobre a cassação e outra sobre a perda de direitos políticos.
Aí Cunha pode ser absolvida e ter fortes chances de
eleição em 2018 como o homem que levou o PT ao cadafalso.
Um dos principais aliados de Cunha, Carlos Marun
(PMDB-MS), entende que o fatiamento da votação no caso Dilma é "inconstitucional".
No entanto, ele considera alta a possibilidade de o mesmo recurso ser usado
pela defesa do peemedebista.
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