Por Estadão
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Fonte: Diário do Comércio – SP
A proposta do
governo prevê que mulheres acima de 45 anos e homens acima de 50 terão de pagar
um pedágio de 50% sobre o tempo restante de contribuição
O
relator da Reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia
(PPS-BA), defendeu nesta terça-feira, 21/02, mudanças na regra de transição
para suavizar a proposta apresentada pelo governo.
A
versão atual é considerada muito brusca pelo parlamentar. Embora ainda não haja
definição exata sobre o novo modelo, o relator adiantou que a ideia é
implementar uma lógica mais proporcional.
"Quanto
mais jovem é
o trabalhador, mais distante ele está de se aposentar e
portanto terá que pagar pedágio maior", disse Oliveira Maia.
A
regra de transição é um dos principais alvos de críticas e pedidos de alteração
de parlamentares. A versão proposta pelo governo prevê dois grupos, o primeiro
de mulheres acima de 45 anos e homens acima de 50 anos, que terão de pagar um
pedágio de 50% sobre o tempo restante de contribuição segundo as regras
atuais.
Todos
os demais respeitarão a idade mínima de 65 anos e tempo mínimo de contribuição
de 25 anos.
A
consultoria da Câmara tem trabalhado em modelos alternativos, e o próprio
relator já vinha dando sinais de que essa questão seria melhor analisada. Hoje,
porém, Arthur Maia adotou um tom mais enfático em torno dessas mudanças.
"Dificilmente
será mantida, por exemplo, a regra de transição tal qual ela chega. Porque é
uma coisa assim, como se tivesse descendo uma escada com degraus de 20
centímetros até os 50 anos, aí dos 49 para os 50 anos você tem um degrau de
dois metros”, disse o deputado.
Arthur
Maia garantiu, no entanto, que a mudança na regra de transição não vai
desfigurar a proposta de reforma e que existem vários caminhos para transformar
esse ponto do texto em algo mais proporcionar.
"Você
pode ter alternativas para ampliar esse pedágio de outra forma, que não seja
remetendo quem tem 49 anos para uma regra de 65", disse.
O
relator, contudo, reafirmou seu compromisso com a criação de uma idade mínima
para aposentadoria no Brasil. "Se ao fim desta PEC não tivermos
estabelecido idade mínima para aposentadoria no Brasil, teremos fracassado na
construção desse modelo", disse.
DESONERAÇÃO
Arthur
Maia voltou a criticar as desonerações previdenciárias, que no ano passado
custaram R$ 40,8 bilhões, sem contar a desoneração da folha de pagamentos, que
é compensada pelo Tesouro Nacional.
"Acho
que se deveria proibir qualquer nova desoneração (previdenciária), diante da
situação", afirmou.
Ele
também defendeu que, no futuro, haja uma transição para que as desonerações
previdenciárias deixem de existir.
O relator disparou críticas principalmente para as entidades filantrópicas. "Não entendo por que universidades caras têm direito a não pagar Previdência Social", disse.
No
caso de filantrópicas da área da Saúde, o deputado disse que o governo poderia
pensar em outras formas de ajuda a essas instituições.
Arthur
Maia questionou ainda se seria possível discutir a compensação, pelo Tesouro
Nacional, de todas as desonerações - inclusive o Simples Nacional - para evitar
que a Previdência tenha abatimento de receitas justamente no momento em que o
rombo só aumenta.
"Não
é o caso agora por conta da PEC 241 (teto de gastos), pois, quando tem
restituição, governo tem como contabilizar gasto como despesa. Se isso for
feito agora com o Simples, o governo ultrapassaria limite da PEC. Mas temos de
pensar uma transição para que, no futuro, num prazo mais alargado, desoneração
de previdência deixe de existir", disse.
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