O Plenário do Senado aprovou, nesta quarta-feira (29), o Projeto de Lei
de Conversão (PLV) 15/2014, decorrente da Medida Provisória (MP) 651/2014. A MP trata da desoneração da folha
de pagamento de cerca de 60 setores da economia e da abertura de uma nova etapa
do Refis da Crise — programa em que empresas e pessoas físicas podem parcelar
seus débitos tributários. A medida foi aprovada pela Câmara dos Deputados no dia
14 e tinha validade até o dia 6 de novembro.
A partir do momento em que for publicada a lei resultante da medida
provisória, os contribuintes terão mais 15 dias para se beneficiar das
condições previstas no Programa de Recuperação Fiscal (Refis), como o
parcelamento em 180 meses. Com o objetivo de estimular a adesão ao Refis, a MP
afasta a fixação de honorários advocatícios e de verbas de sucumbência nas
ações judiciais que forem extintas em decorrência da adesão do devedor ao
parcelamento.
Outra novidade da MP é a possibilidade de o contribuinte utilizar
crédito de prejuízos fiscais e de base de cálculo negativa da Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para fazer quitação antecipada de débitos
parcelados pela Receita Federal ou pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
Para o senador Walter Pinheiro (PT-BA), trata-se de uma matéria
importantíssima, pois “mexe na economia”. O senador Romero Jucá (PMDB-RR), que
presidiu a comissão mista da MP, disse que o texto atende diversos setores com
desoneração e incrementa a economia nacional.
Parcelamento de dívidas
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) criticou uma emenda inserida
na Câmara dos Deputados que prevê o parcelamento de dívidas públicas
decorrentes de improbidade administrativa, inclusive com possibilidade de
redução do valor devido. Preocupado com a questão, Aloysio pediu que o artigo
fosse votado separadamente.
— Nós estaríamos facilitando a vida daquele que na vida pública agrediu
a vida de todos os brasileiros — argumentou o senador.
Para o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), a emenda é um “elogio ao
malfeito”. O senador José Pimentel (PT-CE), líder do governo, garantiu que o
Executivo já deixou claro que esse artigo será vetado. O senador Wellington
Dias (PT-PI) disse que não é razoável dar um benefício para quem cometeu crime com
o dinheiro público. No entanto, declarou confiar no compromisso de veto. Na
mesma linha, o senador Waldemir Moka (PMDB-MS) disse não concordar com o
parcelamento, mas que votaria confiando na informação do veto e para não
comprometer a MP.
— Ou nós votamos ou nós vamos perder o prazo da MP e prejudicar vários
setores da economia — apontou Moka.
O senador Jucá lembrou que qualquer alteração no texto faria a MP voltar
à Câmara dos Deputados, com o risco de a matéria perder a validade. Ele
reafirmou o compromisso do governo em vetar a emenda. Levado à apreciação do
Plenário, o item foi mantido e a matéria agora segue para a sanção da
Presidência da República.
Fonte:
Agência Senado
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