Fonte:
Agência Câmara
Deputados aprovaram nesta terça-feira
destaque que mantém na Justiça estadual as ações contra o INSS
A
Comissão Especial da Reforma da Previdência (PEC 287/16) concluiu nesta
terça-feira (9) a votação do substitutivo do relator, deputado Arthur Oliveira
Maia (PPS-BA), após a análise de dez destaques.
Agora, a proposta precisa ser votada em dois turnos pelo Plenário da Câmara dos
Deputados, onde serão necessários 308 votos para aprovação em cada turno.
Os
deputados da base do governo sinalizaram que alguns pontos da reforma poderão
ser modificados no Plenário da Câmara. Um deles é a reivindicação dos agentes
penitenciários de aposentadoria especial igual à dos policiais aos 55 anos de
idade. Outro é uma regra de transição para os servidores que entraram no
serviço público antes de 2003 e que terão, pelo texto aprovado, que esperar os
65 anos de idade, no caso do homem, e 62 para as mulheres, para manterem a
integralidade dos benefícios.
Os
deputados da oposição também tentaram mudar o cálculo das aposentadorias e das
pensões, o tempo mínimo de contribuição de 25 anos e as alterações nas
aposentadorias rurais e nos benefícios assistenciais. Eles foram vencidos, no
entanto, por um placar constante de 23 ou 22 votos a 14.
O
Psol também tentou aprovar um destaque para submeter a reforma a um referendo
popular, mas não obteve apoio dos partidos da base do governo.
Benefícios
assistenciais
Ao
defender a manutenção das regras atuais para os benefícios assistenciais de
idosos e pessoas com deficiência, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) condenou
a proposta por deixar para uma lei posterior a definição sobre quais famílias
poderão ser consideradas carentes.
"O
que nós podemos ter na regulamentação? Uma mudança do que vai compor a renda
bruta familiar. Significa que, ao manter o salário mínimo com uma mão, nós
estaremos tirando com a outra mão a possibilidade de milhares de pessoas terem
acesso [aos benefícios assistenciais]", disse Chinaglia.
O
relator mudou a proposta do governo que desvinculava esses benefícios do
salário mínimo.
Contas
públicas
Parlamentares
da base do governo, como o deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP), buscaram mostrar
a necessidade de equilíbrio das contas públicas. "Imaginemos nós aqui o
mesmo modelo por mais cinco anos. Como é que nós estaríamos hoje? Venderemos
ativos da União? Pediríamos socorro ao FMI? Aonde buscaríamos recursos? Da
educação? Tiraria mais da área social? Daqueles menos favorecidos?",
questionou.
Os
deputados da oposição iniciaram a reunião desta terça-feira reclamando das
cercas que foram colocadas em volta da Câmara e das restrições de acesso da
população à Casa. O presidente da comissão especial, deputado Carlos Marun
(PMDB-MS), justificou as medidas de segurança pela invasão dos agentes
penitenciários ao plenário da comissão na semana passada, que interromperam as
votações dos destaques.
Idades
mínimas
A
reforma aprovada fixa idades mínimas de aposentadoria de 62 anos para a mulher
e 65 anos para o homem, mas essas idades serão alcançadas até 2038. Também será
elevado gradualmente o tempo de contribuição mínimo de 15 para 25 anos.
Quem
já está no mercado de trabalho terá que cumprir um pedágio de 30% sobre o
período que faltar para completar os tempos de contribuição atuais: de 35 anos
para o homem e 30 anos para a mulher.
ÍNTEGRA DA PROPOSTA:
Reportagem – Sílvia Mugnatto
Edição – Pierre Triboli
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