Fonte: Agência Câmara
Imposto sobre Serviços poderá ser
cobrado no município de domicílio do cliente, nas operações com cartões de
crédito e débito, leasing e planos de saúde. Atualmente, o ISS é cobrado no
município do estabelecimento prestador do serviço
O
Congresso Nacional rejeitou, nesta terça-feira (30), o veto presidencial ao
Projeto de Lei Complementar (PLP) 366/13, permitindo a transferência da
cobrança do Imposto sobre Serviços (ISS), atualmente feita no
município do estabelecimento prestador do serviço, para o município do
domicílio dos clientes nas operações com cartões de crédito e débito, leasing e
planos de saúde. As partes vetadas retornarão à Lei Complementar 157/16.
O
texto foi mantido na lei com o voto de 49 senadores e 371 deputados.
Na
justificativa do veto, o Poder Executivo avaliou que a mudança traria “uma
potencial perda de eficiência e de arrecadação tributária, além de redundar em
aumento de custos para empresas do setor, que seriam repassados ao custo
final”, ou seja, ao consumidor.
Nesta
terça-feira, o líder do governo no Congresso, deputado Andre Moura (PSC-SE),
afirmou que um acordo levou o governo a rever a decisão sobre o veto. “Em nome
do governo, eu quero dar a orientação do presidente da República, Michel Temer,
dentro de um entendimento com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do
Senado, Eunício Oliveira, e também com todos os líderes da base governista,
para que esse veto seja derrubado”, disse Moura, destacando a “sensibilidade do
governo para dialogar com o Congresso”.
O
deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) disse que não é razoável que o ISS prestado
em uma cidade do interior do Nordeste seja recolhido apenas na cidade que é
sede da empresa que presta esse serviço, por exemplo, de uma operadora de
cartão de crédito. “Estamos falando de bilhões de reais por ano que, de uma
maneira perversa, são retirados de muitos municípios”, declarou Sávio.
Já
o deputado Caetano (PT-BA) lembrou que a derrubada do veto foi defendida
durante a 20ª Marcha dos Prefeitos a Brasília, no começo deste mês. “Os municípios
vivem uma crise profunda, os prefeitos vivem com a cuia na mão. Eles têm se
mobilizado para que esse veto seja derrubado”, afirmou.
Para
o deputado Pedro Uczai (PT-SC), a decisão de Temer não é fruto de um acordo e
sim decorre da pressão exercida por prefeitos e parlamentares. “A derrubada
desse veto é o primeiro gesto de autonomia deste Parlamento com o governo de
Michel Temer, que é inimigo dos municípios e amigo dos banqueiros. Michel Temer
vetou a decisão deste Parlamento e, agora, pressionado pelos prefeitos,
recuou”, disse.
Nova
sessão
Em
outra sessão a ser marcada, os parlamentares continuarão a analisar os
destaques de votação em separado apresentados para itens vetados de outros
projetos de lei ou de conversão de medidas provisórias.
Reportagem – Eduardo
Piovesan e Murilo Souza
Edição – Pierre
Triboli
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