Diante
da forte resistência do Ministério da Fazenda à perder arrecadação, os
senadores já discutem um aumento menor para o teto do "Novo Simples".
Pelo
projeto original, o limite para as empresas ingressarem no sistema aumenta dos
atuais R$ 3,6 milhões de receita anual para R$ 7,2 milhões em 2017 e R$ 14,4
milhões em 2018.
Segundo
a Folha apurou, políticos e empresários topariam subir o teto para R$ 7,2
milhões e parar por aí. O Ministério da Fazenda, no entanto, defende R$ 7,2
milhões e parar por aí. O Ministério da Fazenda, no entanto, defende que o
limite não seja elevado. A relatora do projeto é a senadora Marta Suplicy (PMDB-SP).
"O
ideal seria que o teto do faturamento fosse menor que os R$ 3,6 milhões por
ano, mas sabemos que não há ambiente político para esse debate. Logo defendemos
que não suba", afirmou Jorge Rachid, secretário da Receita Federal.
Segundo ele, o novo limite transforma em micro e pequena empresa 99% das
companhias do país.
Na
opinião de especialistas em tributação, um teto menor minimiza a perda de
arrecadação, mas não resolve as distorções do sistema, como beneficiar
comércios com alta margem de lucro e profissionais liberais bem remunerados.
Guilherme
Afif Domingos, presidente do Sebrae e ex-ministro da Micro e Pequena Empresa,
defende os méritos do "Novo Simples", que reduz de 20 para 3 o número
de faixas de faturamento das empresas, nas quais são cobradas diferentes
alíquotas.
"Hoje
as empresas não querem crescer para não mudar de faixa e pagar mais",
afirma Afif.
COBRANÇA
PROGRESSIVA
Ele
também explica que a cobrança seria progressiva: a empresa só pagará uma
alíquota maior de imposto pela receita que ultrapassar o limite de sua faixa atual,
não sofrendo uma alteração brusca de cobrança.
Afif
é favorável ao aumento do teto do Simples. Ele argumenta que a simplificação
tributária é tamanha que acaba elevando a arrecadação.
De
acordo com o Sebrae, enquanto a receita total arrecadada pelo governo federal
em 2015 caiu 4,7% (em termos reais, ou seja, já descontada a inflação), a
arrecadação do Simples aumentou 2,9% (também já descontando a inflação).
Não
há previsão de mudança na parte do projeto que beneficia os profissionais
liberais. Conforme a reportagem apurou, os políticos não estariam dispostos a
comprar brigas com entidades de classe fortes, a exemplo da OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil).
O projeto do "Novo
Simples" prevê que outras categorias de profissionais liberais também
tenham tratamento especial no Simples, mas apenas se 22,5% de sua receita for
destinada à folha de pagamento.
Fonte: Folha de São Paulo
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