Muitas vezes, especialmente, numa época como esta, em que vivemos
violenta crise econômica, com empresas de todos os segmentos sendo por ela
atingidos e gerando desconforto, tomada de medidas indesejáveis e decisões pesadas,
nós, empresários contábeis somos chamados, por óbvio, para a responsabilidade
do momento.
E, embora se diga aos quatro ventos que nossa atividade é necessária, independentemente da situação em que o País se encontra, isto é, estando a empresa cliente bem ou mal, ela prescinde dos serviços de contabilidade, o que, em uma análise mais fria e sem profundidade, pode parecer que nossa atividade não sofreria os efeitos da crise. Ledo engano!
Acabamos de ver estatísticas, onde centenas de lojas simplesmente
cerraram suas portas, paralisando atividade. E pode-se dizer que o segmento
contábil deixou de ter, do dia para a noite, centenas de clientes em suas
respectivas carteiras. E isto só falando em lojas, mas some-se a isto as indústrias
e as prestadoras de serviços.
Além do que, aqueles que, corajosamente, teimam em manter suas
atividades em funcionamento, tiveram seus níveis de faturamento e de
movimentação drasticamente reduzidos, o que tem levado a solicitar aos seus
contratados, a redução de preços e renegociação de honorários contábeis.
E aí, é de se perguntar: como então dizer que as empresas contábeis
passam ao largo da crise?
Quantos colegas estão sendo constrangidos a renegociar preços para
baixo, demitir funcionários, rever custos e buscar novas alternativas de
negócios?
Na verdade, o que se vê no mercado é uma verdadeira prostituição de
preços de honorários, agravada ainda mais pelo momento que vivemos. Esquecem
estes empresários de levar em conta, na fixação de seus preços, a enorme
responsabilidade que representa cuidar da contabilidade de uma empresa.
Esquece também de levar em conta a enorme quantidade de obrigações
acessórias que somos obrigados a entregar todos os meses e todos os anos. E o
que é pior, estas exigências estão cada vez mais sendo incrementadas, pois na
crise que atinge em cheio os cofres públicos, a necessidade de coibir sonegação
faz com que se criem novas e pesadas obrigações que caem em nosso colo, como se
fosse a coisa mais natural do mundo, e de fácil cumprimento.
Some-se a isto as constantes ameaças de aumento de carga tributária,
como se isto fosse a solução. Ora, com o País em crise, as empresas afundadas
em dívidas e falta de saída, a resposta está sendo mais do que óbvia: a
arrecadação de tributos sofre a cada mês, quedas inesperadas, o que demonstra
que a economia não está girando e querer imputar novas e pesadas obrigações
para que nós paguemos a conta, é, no mínimo, insano e incompreensível.
A crise vai passar. Sabemos disse. Mas até quando temos fôlego para
suportar um momento tão difícil como este?
Usar a criatividade, buscar novos nichos de mercado, enxugar estruturas
e rever conceitos está na moda.
Que cada um de nós, tenha a sabedoria, a inteligência e em última
instância, a inspiração divina para encontrarmos as saídas e nos mantenhamos no
mercado, com dignidade, ética e altivez.
Por: Mario
Elmir Berti – Natural de São José dos Pinhais, região metropolitana de
Curitiba. Atua na área contábil desde a década de 1970, quando fundou a Berti e
Cia. Contadores Associados S/C – Organização Pardal. Ele participa de entidades
sindicais desde 1995 e, entre os anos de 2001 e 2004, foi vice-presidente da
Fenacon Região Sul.
Entre os
anos de 2004 e 2010 foi eleito presidente do SESCAP-PR, tendo a gestão marcada
pela expansão da entidade para o interior do Paraná. Em 2009, foi
homenageado como a Personalidade Contábil do Ano, durante a IV edição do Perfil
Empresarial do Paraná, promovido pelo Jornal Indústria e Comércio.
Ao deixar
a presidência do SESCAP-PR, em 2010, Berti foi nomeado Diretor Adjunto de
Políticas Estratégicas da FENACON, cargo no qual permaneceu até o final de
2013. No dia 14 de novembro de 2013 Berti também foi homenageado como “Contador
do Ano” pela Associação Comercial, Industrial, Agrícola e de Prestação de
Serviço de São José dos Pinhais (ACIAP). O novo presidente da FENACON ainda
ocupa a cadeira de número 29 da Academia Paranaense de Ciências Contábeis.
Fonte: Portal Contábil SC
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