Por Agência
Brasil
Fonte: Diário do Comércio – SP
O presidente da
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, pediu ao
governo a retomada do regime especial de apoio a exportadores que havia acabado
em 2013
O presidente da Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, pediu ao governo a retomada do
Reintegra, regime especial de apoio a exportadores. Em reunião com o ministro
da Fazenda, Henrique Meirelles, Skaf disse que a recriação do benefício é
necessária para conter os efeitos da queda do dólar sobre a indústria.
Criado em 2012, o Reintegra oferece a
devolução de até 3% do faturamento a indústrias exportadoras para compensar os
impostos cobrados ao longo da cadeia produtiva. Por causa da crise econômica, o
governo reduziu, no ano passado, a alíquota de ressarcimento para 0,1%.
“O dólar já caiu muito nos últimos meses.
Depois da votação do impeachment, caso se confirme a permanência do governo
interino, a tendência é os investimentos estrangeiros voltarem, pressionando o
câmbio ainda mais para baixo. Por isso, a indústria acha importante algum apoio
para manter as exportações”, declarou Skaf.
Durante o encontro, Skaf disse ao ministro
que a Fiesp apoia a proposta de emenda à Constituição que cria um teto para os
gastos públicos. “Se uma proposta para limitar o crescimento dos gastos
públicos tivesse sido aprovada há 10 anos, o país não estaria com um nível de
endividamento tão alto.”
O presidente da Fiesp negou ter conversado
com o ministro da Fazenda sobre reforma trabalhista e rechaçou apoio a qualquer
proposta de aumento de impostos. “Os empresários estão sufocados com tanto
imposto. A dívida no âmbito administrativo está em R$ 600 bilhões; e a dívida
ativa, em R$ 1,5 trilhão, justamente porque os empresários não têm condições de
arcar com a carga tributária”, disse.
INCENTIVO
Depois de Skaf, Meirelles recebeu o líder do
PSD na Câmara dos Deputados, Rogério Rosso (DF). O parlamentar apresentou uma
sugestão do partido para recuperar o crescimento econômico baseado num sistema
semelhante ao Reintegra, com a diferença de que seria aplicado nos maiores
segmentos da indústria, e não apenas sobre as empresas exportadoras.
Pela proposta, o governo devolveria 0,25% dos
tributos pagos pela indústria a cada 5% de incremento na produção ou nas vendas
em relação aos níveis atuais. Haveria outra redução de 0,25% para cada
contratação de 5 mil empregados na mão de obra direta também em relação ao
número atual de trabalhadores.
De acordo com Rosso, as empresas teriam de
comprovar, a cada três meses, o aumento da produção e do emprego para terem direito
ao benefício. Para o deputado, o programa traria impacto pequeno sobre as
contas públicas porque o que o governo devolveria aos empresários seria
compensado pelo incremento da produção, do emprego e da renda.
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