Fonte: Diário do Comércio – SP
Esse é o imposto mais complexo dentro do
sistema tributário do país, e também o que mais se faz sentir no bolso do
contribuinte, aponta estudo do IBPT
O
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) movimentou R$ 183 bilhões somente no primeiro semestre
do ano, o que o torna o maior tributo dentro da arrecadação brasileira. No
período, entraram nos cofres públicos cerca de R$ 1 trilhão pelas estimativas do
Impostômetro. Ou seja, desse total, o ICMS respondeu por 18,3%.
A
informação faz parte de um estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de
Planejamento e Tributação (IBPT).
Além
de “pesado” para o bolso dos contribuintes, esse tributo é complexo. O ICMS é
administrado pelos Estados, que por muitos anos o usou para oferecer incentivos
fiscais, interferindo em sua alíquota e base de cálculo. Assim foram criadas
realidades tributárias paralelas de Estado para Estado, que alimentaram a
chamada Guerra Fiscal.
“Há
27 legislações diferentes para o ICMS, o que dificulta a vida das empresas,
especialmente das pequenas, que são grandes geradoras de empregos”, comenta
Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da
Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
Para
Burti, a importância da arrecadação do ICMS para os estados justifica uma
reforma para simplificar o sistema tanto para os contribuintes quanto para os
próprios fiscos estaduais. “A burocracia decorrente do ICMS resulta em alto
custo e grande risco para os empresários”, critica Burti.
Do
total da arrecadação, segundo o estudo do IBPT, a esfera federal fica com
59,63%, a estadual fica com 29,3% e, a municipal, com 11,07%.
“Essa
distribuição mostra que é preciso rever a divisão do bolo tributário, destinando
mais dinheiro aos municípios, já que são eles que atendem às necessidades
básicas da população”, constata Burti. “A excessiva concentração de recursos na
União aponta a necessidade de rever o pacto federativo e descentralizar os
tributos”.
Em
segundo lugar no ranking tributário estão as contribuições previdenciárias
federais, que responderam por 17,09% do montante de R$ 1 trilhão. Na sequência
está o Imposto de Renda recolhido pela União, com 15,42%.
É
preciso destacar que também existem pagamentos de contribuições previdenciárias
e IR que vão diretamente para as administrações estaduais. Eles representam,
respectivamente, 2,67% e 3,55% do bolo tributário.
O
ISS municipal representa 5,47%. A Cofins e o FGTS, que vão para os cofres
federais, respondem por 9,02% e 5,28%, respectivamente.
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