Por Mariana
Missiaggia
Fonte: Diário do Comércio – SP
Previsto desde 2005,
o sistema substituirá o papel por tablets. O objetivo é que o comerciante
consiga consultar as multas pelo próprio computador
Em breve, os comerciantes da capital irão se deparar com um novo
modelo de fiscalização - O SGF (Sistema de Gerenciamento de Fiscalização), que
vem sendo estudado desde 2005.
Inicialmente, a tecnologia está sendo implantada para substituir
o papel por tablets - um investimento público de R$ 20 milhões. O objetivo é
que o comerciante consiga consultar as autuações pelo próprio computador,
similar ao que acontece com as multas de veículos.
A subprefeitura da Sé será a primeira a testar a novidade, que
deve ser lançada nas próximas semanas, de acordo com Claret Fortunato,
presidente do Savim (Sindicato dos Agentes Vistores de São Paulo).
A intenção é que a modernização do sistema de fiscalização aliada às novas diretrizes do Plano Diretor Estratégico, e da Lei de Zoneamento, transforme o atual cenário empresarial, no qual 92% dos estabelecimentos comerciais da cidade funcionam sem licença.
O tema foi discutido nesta sexta-feira (24/06), durante o
seminário de fiscalização de atividades urbanas da cidade de São Paulo,
promovido pelo Savim.
FISCALIZAÇÃO ORIENTADORA
Incluída no novo zoneamento de São Paulo, a fiscalização
orientadora pode ser o início de um longo caminho que os comerciantes trilham
para obter uma licença de funcionamento.
O texto indica que a primeira visita do agente vistor tenha
"natureza exclusivamente orientadora". Ou seja, o profissional poderá
somente notificar as irregularidades detectadas e orientar o comerciante sobre
os procedimentos necessários para a sua correção, sendo proibida a
aplicação de multa imediata para microempresas e empresas de pequeno
porte.
No entanto, para entrar em vigor, a medida deve ser
regulamentada em decreto até agosto. Para Antonio Carlos Pela, vice-presidente
da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) e coordenador do CPU (Conselho de
Política Urbana) da entidade, a medida é um marco para a classe.
“Fica claro que, dessa maneira, não há mais espaço para
jeitinho. É o início de uma nova cultura”, diz. “O empresário sonha em se
regularizar e, se houver possibilidade, ele o fará. Sem leis ameaçadoras,
ou com pegadinhas, e sim, com diálogo”.
LICENÇA
CONDICIONADA
Presente no evento, o vereador Ricardo Nunes (PMDB) destacou a
importância da extensão do prazo para adesão do Auto de Licença de Funcionamento Condicionado,
aprovada em sessão plenária, na última quarta-feira (22/6).
A medida permite aos estabelecimentos de até 1500 metros
quadrados, obter uma licença temporária mesmo que sem a regularidade do imóvel
ou com dívidas no Cadin (Cadastro Informativo Municipal). A lei havia expirado
em 31 de março deste ano, e agora vale até 31 de março de 2018.
“Isso é muito importante, principalmente, após a aprovação da Lei de Zoneamento. Estão
ocorrendo uma série de alterações para trazer a cidade para a realidade e,
enquanto isso não se concretiza, o comerciante tem essa garantia”, diz.
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