Fonte: Agência Senado
O
Senado aprovou, em primeiro turno, nesta terça-feira (21) a atualização das
regras para o enquadramento das empresas no Supersimples – como é conhecida a
legislação com regras tributárias simplificadas para as empresas. O texto base
foi aprovado por unanimidade, com 65 votos a favor – 24 além do mínimo exigido
para um projeto complementar. Por se tratar de substitutivo, o projeto será
submetido a turno extra de votação, que deve ocorrer nesta quarta-feira (22).
Como houve alteração, a matéria voltará para a análise da Câmara dos Deputados,
em caso de aprovação definitiva. A discussão da matéria já havia sido iniciada
na semana passada, mas um grupo de senadores pediu o adiamento da votação, para
estudar mais a proposta.
A
relatora do projeto, senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), explicou que o objetivo
das alterações é fazer mais empresas aderirem ao Simples – e, consequentemente,
gerar mais empregos. Marta é autora do substitutivo ao projeto original do
ex-deputado Barbosa Neto (PLC 125/2015 - Complementar). Segundo Marta, o texto aprovado em Plenário
contempla algumas das mudanças que foram discutidas na reunião dos
governadores, que ocorreu há duas semanas no Senado. Marta também destacou que
o texto final foi fruto do entendimento com representantes da Fazenda dos
municípios e do governo federal.
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O projeto traz importantes alterações no Supersimples. As várias negociações
permitiram um aperfeiçoamento do texto. Este projeto vai ajudar as empresas a
não fecharem as portas – declarou a relatora.
Marta
Suplicy destacou que foram apresentadas emendas, por parte dos senadores, e
sugestões, pelos governos estaduais e por entidades representativas. Ela disse
que o texto final tentou contemplar a maior parte dos interessados. Segundo
Marta Suplicy, o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, entrou em
contato com o presidente do Senado, Renan Calheiros, para informar que os
governadores dos estados concordavam com as alterações. Na semana passada,
Rollemberg esteve presente no Plenário, acompanhando a discussão do projeto.
Ele também representou os governadores na reunião da última terça-feira (14),
quando foram tratados alguns dos últimos ajustes no texto do substitutivo.
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Este é um projeto da maior importância para animar a economia, sobretudo para
as micro e pequenas empresas, que são um segmento fundamental para a geração de
empregos – afirmou o governador, logo depois da reunião.
Crescimento
O
presidente Renan Calheiros reconheceu que “há uma preocupação muito grande” com
a retomada da economia do Brasil. Para Renan, o esforço do Congresso em
apresentar projetos que podem colaborar com o crescimento econômico é uma forma
de colaboração com o país. Ele acrescentou que a atualização do Supersimples
ainda pode ajudar o Brasil na geração de empregos.
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Nós precisamos desamarrar os pés da economia e a atualização do Supersimples,
sem dúvida nenhuma, é uma grande medida – declarou Renan.
O
senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) elogiou o “debate democrático” acerca do tema
e destacou que os pequenos negócios empregam mais de 50% da mão de obra do pais.
Para Jorge Viana (PT-AC), o projeto é uma contribuição importante do Senado
para o momento de crise que vive o Brasil. O senador José Pimentel (PT-CE)
elogiou a “construção do parecer” de Marta Suplicy e registrou que o projeto
representa a oitava atualização do Supersimples desde 2006. Ele observou, no
entanto, que a legislação vai precisar de novas alterações em pouco tempo.
Na
visão de José Aníbal (PSDB-SP), o Simples reconhece nas pequenas empresas uma
alavanca para a economia nacional. Ele pediu mais incentivo legal para a
inovação e para a criatividade nas empresas. Aníbal apresentou uma emenda
alterando o enquadramento das cervejarias artesanais, mas acabou retirando a
sugestão diante do apelo de senadores do sul – que temiam prejuízo para as pequenas
empresas de cerveja, muito populares nos três estados da região.
A
senadora Simone Tebet (PMDB-MS) parabenizou Marta pela capacidade de “ouvir e
ceder”. Para Simone Tebet, a proposta é de grande relevância para a pequena
empresa voltar a investir e o país sair da crise. A senadora Lúcia Vânia
(PSB-GO) afirmou que o projeto é importante para diminuir o desemprego e para a
retomada da economia nacional. Para Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), o projeto
é uma forma de fortalecer o país diante da crise e gerar mais empregos.
Ana
Amélia (PP-RS) elogiou a proposta e o trabalho da relatora. Os senadores
Dalírio Beber (PSDB-SC), Reguffe (sem partido-DF), Telmário Mota (PDT-RR),
Dário Berger (PMDB-SC), Lasier Martins (PDT-RS), Kátia Abreu (PMDB-TO), Ataídes
Oliveira (PSDB-TO), Fátima Bezerra (PT-RN), Armando Monteiro (PTB-PE) e Cristovam Buarque
(PPS-DF) também manifestaram apoio à atualização do Supersimples.
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Nós precisamos libertar o empreendedorismo pela educação, pela simplificação e
pela desburocratização. Este projeto gera mais renda e emprego – declarou
Cristovam.
Mudanças
Entre
as mudanças, está a elevação de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões do teto
anual da empresa de pequeno porte (EPP) a ser incluída no programa (o teto
anterior era de R$ 14,4 milhões). A relatora reconheceu que o novo teto ficou
“aquém” do proposto inicialmente, mas considerou que a situação precária da
economia do país exigiu adaptações também nas propostas legislativas.
Marta
destacou que a perda para a União ficará em torno de R$ 1,8 bilhão, mas os
estados poderão ter impacto positivo nos orçamentos. O substitutivo passou
também a prever o pagamento do ICMS e do ISS por fora da guia do Simples
Nacional na parte da receita bruta anual que exceder R$ 3,6 milhões. Esses impostos
são, respectivamente, de competência de estados e municípios.
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A ampliação do limite de enquadramento não vai impactar [negativamente] estados
e municípios – explicou a relatora.
O
número de faixas de faturamento foi reduzido de 20 para 6 faixas, segundo
Marta, para simplificar a lógica de todo o sistema. A ideia inicial era que os
ajustes já valessem para o ano que vem. Mas depois de uma emenda do senador
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), a maioria dos ajustes entra em vigor a partir
de 1º de janeiro de 2018. Um único dispositivo entrará em vigor imediatamente:
a criação de um parcelamento especial de débitos das empresas do Simples de 120
meses, com a possibilidade de redução de multas e juros.
O
projeto também eleva o limite de receita bruta anual para o enquadramento como
microempreendedor individual, que passa dos atuais R$ 60 mil para R$ 72 mil.
Além disso, permite a adesão ao Simples do empreendedor do meio rural com
receita bruta de até R$ 72 mil. Outra mudança beneficia microcervejarias,
vinícolas, produtores de licores e destilarias, que poderão aderir ao Simples
Nacional. O projeto ainda isenta alguns tipos de empresa na exportação e prevê
a figura do investidor anjo – uma pessoa com recursos que financia diretamente
empreendimentos em seu estágio inicial (start up).
Uma
emenda, do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), pedia a inclusão da atividade
médica no Supersimples. Apresentada em forma de destaque, a emenda foi aprovada
por 47 votos a favor e 8 contrários, além de uma abstenção.
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