Por Renato
Carbonari Ibelli
Fonte: Diário do Comércio - SP
A
Sefaz-SP vai acabar com o sistema gratuito para emissão de notas fiscais. No
mercado, há alternativas sem custo e outras de relação custo-benefício
interessante
A
partir de janeiro de 2017, a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo
(Sefaz-SP) deixa de oferecer o software gratuito para emissão da Nota Fiscal
eletrônica (NF-e). As micro e pequenas empresas são as que mais ressentem a
descontinuidade do serviço.
Mas
há alternativas gratuitas no mercado, embora a maioria delas atenda apenas as
necessidades de quem emite uma pequena quantidade de notas mensalmente.
O
portal Contabilizei, que atua como um escritório de serviços contábeis online,
disponibiliza um emissor gratuito com suporte ilimitado dos seus profissionais.
A vantagem oferecida por esse escritório virtual é a possibilidade de
armazenamento das notas em nuvem (num servidor externo) pelo prazo
prescricional de 5 anos.
Alguns
aplicativos de gestão financeira também disponibilizaram emissores gratuitos
para substituir o da secretaria da Fazenda. O FreeNFe, por exemplo, inclui no
pacote sem custos do emissor uma ferramenta de atualização automática das
tabelas do CEST (Código Especificador da Substituição Tributária).
Há
também o Tiranota, aplicativo que em sua versão básica não tem custo, mas não
permite armazenamento em nuvem. Para ter acesso a funções mais sofisticadas é
preciso pagar.
O
mais comum, entretanto, é encontrar aplicativos de gestão com versões gratuitas
apenas para teste, caso do Conta Azul, ou do Bling. É interessante que o
empresário experimente essas opções e vejam quais se adaptam melhor às suas
necessidades.
Nem
sempre a gratuidade é a melhor opção. O sistema da Sefaz-Sp, por exemplo,
apesar de não ter custo, sempre foi criticado pelos usuários. Ele só permite a
entrada manual dos dados, ou seja, nota a nota precisa ser lançada no sistema.
É inviável para quem emite muitos documentos fiscais
Já
a maioria dos softwares pagos, mesmo os que possuem custo bem acessível,
permite o lançamento automático das notas, com base no cadastro de clientes e
produtos da loja.
Segundo
Zenon Leite Neto, presidente da Associação Brasileira de Automação para o
Comércio (Afrac), normalmente os desenvolvedores desses softwares trabalham com
um preço mínimo, que atende uma quantidade limitada de notas.
Há
opções a partir de R$ 50 mensais por CNPJ. O valor aumenta à medida que a
empresa necessidade emitir mais notas fiscais. “Embora esses sistemas sejam
pagos, o valor contempla soluções mais interessantes do que as oferecidas pela
Sefaz-SP”, diz Leite Neto.
A
Fazenda paulista informou que vai descontinuar seu emissor gratuito porque a
maioria dos contribuintes já possui sistemas próprios para gerar as notas
fiscais.
CERTIFICAÇÃO
DIGITAL
Também
a partir de janeiro de 2017 as empresas do Simples Nacional que possuem mais de
três funcionários serão obrigadas a utilizar o certificado digital. Ele será
necessário para gerar a GFIP, a guia de recolhimento do FGTS.
Segundo
Julio Cesar Mendes, gerente comercial da Soluti, empresa que trabalha com
certificação digital, essa obrigatoriedade vai atingir 300 mil empresas. “Dessas,
50% já possuem certificado digital porque emitem nota fiscal. Mas a outra
metade vai ter de obtê-lo”, diz Mendes.
O
gerente da Soluti informa que a emissão do certificado leva de 30 a 40 minutos,
e necessita que os sócios da empresa estejam presentes para fazer a biometria
digital e facial. Há também a necessidade de apresentação dos documentos
originais da companhia.
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