Por Agência
Brasil
Fonte: Diário do Comércio – SP
Essa é uma das propostas da
reforma da Previdência, que será encaminhada ao Congresso Nacional nesta
terça-feira (06/12)
A
proposta de Reforma da Previdência apresentada nesta segunda-feira (05/12) pelo
governo estipula uma idade mínima de aposentadoria aos 65 anos para homens e
mulheres.
Atualmente,
não há uma idade mínima para os trabalhadores se aposentarem. Eles podem pedir
a aposentadoria com 30 anos de contribuição, no caso das mulheres, e 35 anos no
dos homens.
Para
receber o benefício integral, é preciso atingir a fórmula 85 (mulheres) e 95
(homens), que é a soma da idade e o tempo de contribuição.
O
presidente e a equipe econômica do governo conduzem uma reunião com os líderes
da base aliada na Câmara e no Senado para apresentar o texto da reforma. A
proposta será encaminhado ao Congresso Nacional na terça-feira (06/12).
O
ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, pediu que os parlamentares façam
o debate com os críticos à proposta durante a tramitação no Congresso.
“Cito
como curiosidade o primeiro regime previdenciário brasileiro em 1934 tinha
idade mínima de 65 anos, que é a idade que está sendo proposta agora”, afirmou
Padilha, ao abrir a reunião com os parlamentares.
O
ministro admitiu que o assunto é "árido” mas disse que as mudanças
precisam ser feitas. O conteúdo da proposta ainda não foi divulgado pelo
Palácio do Planalto.
Ainda
hoje as centrais sindicais vão se reunir com Padilha para discutir o assunto.
Em
discurso aos senadores e deputados, Michel Temer reconheceu também que o
assunto é “espinhoso” e que é preciso “equilíbrio, serenidade e transparência”
na tramitação do projeto.
Temer
lembrou que, como a reforma será encaminhada por meio de proposta de emenda à
Constituição, não caberá a ele sancionar ou vetar a medida, já que após as
aprovações no Congresso as mudanças serão promulgadas.
Ele
acrescentou ainda que "É lá [no Parlamento] que vários setores e as
centrais sindicais irão se dirigir para postulações", acrescentou.
TRANSIÇÃO
O
presidente Michel Temer destacou nesta segunda-feira (05/12) que as regras de
transição da Reforma da Previdência serão importantes para que diferentes
grupos etários e pessoas que já têm um maior histórico de contribuição
previdenciária possam ter uma "passagem mais tranquila" para o
próximo modelo.
"Quem
tiver mais 50 de anos terá uma regra de transição para uma aposentadoria mais
suave", afirmou, em reunião com líderes da base aliada no Congresso.
Temer
lembrou que o Parlamento já aprovou diversas pequenas reformas previdenciárias,
mas comentou a importância de se realizar uma reforma definitiva agora.
"Ou
enfrentamos o problema de frente ou vamos condenar as pessoas a baterem nas
portas da Previdência para nada receberem. A reforma é imprescindível para a
manutenção do conjunto dos benefícios previdenciários. Reformar hoje a
Previdência é a única garantia para o futuro", enfatizou.
De
acordo com ele, o governo levou em conta "as realidades existentes"
para a confecção da proposta do Executivo, mas o presidente lembrou que a
palavra final sobre o modelo de reforma será dada pelo Legislativo, a quem
caberá debater a matéria.
"Todo
o debate se dá no Parlamento e é lá que os diversos setores irão registrar os
seus argumentos, mas peço a líderes que levem em conta essa realidade. Mais
adiante, também, há razões técnicas que serão levadas ao Congresso pelos
técnicos do governo. Quero chegar a um bom termo para a reforma da Previdência",
completou.
NECESSIDADE
Num
discurso em que não foram apresentados os detalhes da reforma da Previdência, o
ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira (05/12),
em reunião com o presidente Michel Temer e líderes da base aliada no Congresso,
que a reforma "não é desejo, a essa altura não chamaria nem de
decisão".
"É
uma necessidade. Se não fizermos isso, vamos ter um problema grave",
disse.
Assim
como fez o presidente Temer em sua fala, Meirelles destacou que a população
brasileira está vivendo mais e que essa "boa notícia" é algo ruim
para a Previdência.
"Isso
é bom, estamos vivendo mais, mas sustentar isso requer trabalhar mais",
disse.
"No
Brasil, temos regime solidário, trabalhadores da ativa pagam benefício de
aposentados", lembrou, destacando que o País está envelhecendo
rapidamente.
Meirelles
chamou a situação de "dramática" e disse que "mais do que se
preocupar com a idade da aposentadoria, é importante saber que o beneficiário
vai receber". "Temos que enfrentar esse problema enquanto há
tempo", completou.
O
presidente da Câmara, Rodrigo Maia, avaliou que a reforma da Previdenciária
permitirá ao País sonhar com patamar de taxa de juros diferente do que existe
na economia brasileira. "Não é no corrente que vai reduzir a taxa de
juros", ponderou.
Em
discurso na reunião de apresentação da proposta de reforma pelo presidente
Michel Temer, Maia disse ter certeza que a emenda constitucional da reforma
será decisiva para o futuro do País.
Segundo
ele, todos que têm interesse na recuperação estão olhando para a votação da
reforma da Previdência. "Os investidores estão olhando para essa votação
como fundamental."
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