Por Estadão Conteúdo
Fonte: Diário do Comércio – SP
Ao falar sobre as
reformas que o governo pretende realizar no País, o presidente citou a
trabalhista em primeiro lugar. Tema está sendo discutido pela Câmara
O
presidente da República, Michel Temer, disse nesta sexta-feira (17/03), em São Paulo
que a reforma trabalhista vai ser a segunda reforma que o governo vai
"seguramente" realizar.
A
declaração foi feita para uma plateia de empresários em reunião promovida pela Confederação
Nacional da Indústria (CNI) na capital paulista.
Ao
discorrer sobre as reformas que o governo pretende realizar no País, Temer
citou a trabalhista em primeiro lugar. A declaração difere do que normalmente o
presidente fala.
Em
discursos anteriores, Temer costumava destacar a reforma da Previdência como a segunda que o governo vai
executar, após ter conseguido a aprovação para o teto dos gastos públicos.
Temer
disse ainda que a reforma trabalhista, enviada pelo governo como projeto de lei
ordinária, é "mais facilmente aprovável" do que uma emenda
constitucional, porque depende apenas de maioria simples na Câmara e no Senado.
"Nós
estamos fazendo apenas a regulamentação desse dispositivo constitucional. Então
eu digo, está já é a segunda reforma que seguramente nós vamos realizar",
diz.
Depois,
o presidente falou da reforma do ensino médio e da reforma previdência. Temer
destaca que um dos principais temas da adequação da legislação do trabalho é a chamada prevalência do acordado
sobre o legislado, que encabeça o projeto do governo.
Ele
aponta que a própria Constituição já prevê o reconhecimento das convenções
e acordos coletivos de trabalho.
"Evidentemente
que uma convenção coletiva ou um acordo coletivo não se prestaria a reproduzir
aqueles 40 direitos que já estão previstos nos artigos referentes aos direitos
sociais, mas a 'dicção constitucional' foi para enaltecer o acordo de vontades
entre empregados e empregadores".
A
reforma trabalhista está sendo discutida na Câmara em uma comissão especial. A
expectativa é que o relator da matéria, Rogério Marinho (PSDB-RN), apresente
seu parecer até o dia 13 de abril, como o próprio parlamentar prometeu, e que o
texto seja apreciado no início de maio na comissão.
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PROTESTOS
Dois
dias depois de protestos contra a reforma da Previdência serem realizados pelo
País, Temer classificou como de natureza política muitos movimentos que ele
disse observar frequentemente.
Ele
pontuou que a reformulação do sistema previdenciário brasileiro é
"indispensável" e reconheceu que pode haver mudanças na proposta que
o governo mandou ao legislativo.
Para
o presidente, agora o Congresso é "o senhor absoluta da questão" na
reforma.
Temos
um déficit de R$ 149 bilhões na Previdência Social. Temos Estados que estão
quebrando por causa da Previdência", afirmou, citando Rio de Janeiro, Rio
Grande do Sul e Minhas Gerais, além de outros "que vêm batendo à nossa
porta."
Ele
disse ainda que se o presidente "piscar" ao descumprir a lei de
responsabilidade fiscal, "virá logo um pedido de impeachment".
MODIFICAÇÕES
Apesar
de reconhecer que a proposta da reforma da Previdência deve sofrer modificações
no Congresso, Temer afirmou que, no entanto, não se pode "quebrar a
espinha dorsal" do texto enviado pelo governo.
"Se
houver necessidade de modificações, nós não estamos infensos ou negando
qualquer espécie de negociação. O que não podemos é quebrar a espinha dorsal da
reforma da Previdência", falou.
Ele
defendeu a idade mínima estabelecida no projeto, de 65 anos, conforme outros
países adotam. "Há três ou quatro países que a idade é segundo o critério
que nós temos atualmente".
PIB
Temer
ainda falou sobre as projeções do mercado, indicando que a taxa de
inflação no País encerrará o ano abaixo de 4%. De acordo com ele, a queda da
inflação é mais um indicador do restabelecimento da confiança na economia.
Nos
discursos anteriores, o presidente vinha falando na convergência da média dos
preços ao consumidor para próximo do centro da meta, que é de 4,5%.
"Estamos
começando a restabelecer a confiança no País. Vejam, convenhamos, a inflação
caiu de 10,7% para no fim do ano 6,29% e hoje está em 5,2%. E a projeção é que
ao final do ano estará abaixo de 4%, sendo que o centro da meta é 4,5%; e isso
num tempo curtíssimo", diz Temer.
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JUROS
Ele
reiterou que a trajetória dos juros tem sido de baixa. "A Selic vem caindo
e os juros começam a cair e vão cair".
Temer
acrescentou que seu governo vem praticando atos de diálogos com o Congresso e a
sociedade. "Temos a tese da responsabilidade fiscal ao lado da
responsabilidade social. A fiscal vem por gestos que nós estamos tomando",
disse, citando a Proposta de Emenda Constitucional (PEC), a reforma do ensino
médio e a readequação das leis trabalhistas.
"Tudo
isso faz parte da responsabilidade fiscal, mas na social também nós tínhamos
ciência e consciência de que muitas famílias estão endividadas. Dias após,
vimos que as contas inativas do FGTS poderiam ser liberadas sem prejudicar os
financiamentos naturais que o FGTS faz, por exemplo, para a construção civil.
Então liberamos o fundo de garantia e os senhores têm visto que tem sido uma
festa".
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